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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

CDP ainda sem solução.II


CDPs na Grande Natal não tem prazo para desativação

Longe de serem desativados, os dez Centros de Detenção Provisória (CDPs) existentes na Grande Natal ainda sofrem com os mesmos problemas: superlotação e estrutura física precária. O coordenador da administração penitenciária do Rio Grande do Norte, José Olímpio, afirma que não há um cronograma ou mesmo previsão para o fechamento de mais alguma dessas unidades. "Antes de pensar na desativação, precisamos que novas cadeias públicas e presídios sejam construídos", justifica. Ele informa que a Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc), responsável pelo sistema carcerário potiguar, anunciou a criação de novas 1.196 vagas para a custódia de presos.

Para exemplificar as condições em que se encontram os CDPs da região metropolitana de Natal, José Olímpio ressalta que a unidade da Ribeira, Zona Leste da cidade, foi o campeão de fugas durante o ano passado. "Foram seis vezes em 2011. A estrutura desse centro é precária. As paredes são muito antigas e facilmente os presos conseguem abrir um buraco e fugir pelo juizado especial que tem logo ao lado". Na opinião do coordenador, esse é um dos CDPs que precisa urgente de uma reforma. "Mas o que precisamos mesmo é de novas cadeias. Esses CDPs não são viáveis, pois são prédios que foram construídos para serem delegacias e não presídios".

Outro centro que necessita de uma reforma na opinião de José Olímpio é o de Candelária, na zona Sul. Esse CDP, segundo o coordenador do sistema carcerário, também não possui mais paredes resistentes e ainda tem sofrido com um problema sério de esgoto. Ele destaca ainda a situação do CDP feminino no bairro de Emaús, em Parnamirim. Segundo Olímpio, o local é um galpão adaptado com quatro salas com dimensões de 8m x 15m. "Tivemos de fazer isso na época em que houve as reclamações sobre a superlotação na delegacia de plantão zona Sul e precisávamos criar vagas urgentemente".

José Olímpio diz que, no entanto, está prevista para este ano a criação de 1.196 novas vagas no sistema penitenciário potiguar. Segundo o coordenador, a administração penitenciária aguarda a construção das cadeias pública nos municípios de Macau, Assu, Lajes, Ceará-Mirim e Parelhas. Ele ressalta também que falta ser concluída a reforma no antigo prédio da delegacia de veículos, a Deprov, na zona Norte de Natal, sem previsão de entrega. "Mas é disso que precisamos. Não quero colocar agentes em CDPs, mas sim em cadeias e penitenciárias novas".

Olímpio diz que o principal problema para a instalação de novas cadeias públicas ainda é cultural. "Cadeia é que nem feira, todo mundo precisa de uma mais ninguém quer que seja construída na frente de sua casa". O coordenador lembra também que a criação de novas penitenciárias tem de ser tratada como questão de segurança pública. "Tem-se falado bastante em investimentos nas polícias e bombeiros, mas se esquecem de olhar para o sistema penitenciário. É preciso pensar em polícia e cadeias públicas como parte de uma engrenagem. O que se tem feito é colocar mais dentes na engrenagem da polícia e pouco na do sistema carcerário. Existem cada vez mais policiais nas ruas para prender criminosos, mas há cada vez menos espaço onde colocá-los".

Raio-X

Dos CDPs da Grande Natal, o único que está com o número de presos abaixo de sua capacidade é o de Ceará-Mirim, que pode comportar 50 homens e está com 41. A situação mais grave é a da unidade da Ribeira, com capacidade para 60 e conta atualmente com o dobro da lotação. O centro de Panatis também está assim, pois deveria ter apenas 20 custodiados, mas está com 40. Próximo a esse patamar está a de Parnamirim, com 142 homens onde deveria ter apenas 60. O CDP da Zona Norte tem capacidade para 90 e está com 47, mas essa unidade está depredada desde outubro e vem funcionando com apenas uma das alas. A situação de Nova Parnamirim também é grave, pois tem 47 onde deveria haver somente 20.

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