A SEGURANÇA EM SUAS MÃOS

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O DIA EM QUE A PM/RN PAROU!

quinta-feira, 10 de maio de 2012

GREVES SEM FIM NO RN


Paralisações promovidas por sindicatos ainda não têm previsões de término


A paralisação das atividades por servidores da saúde e médicos, vem compromentendo um dos principais serviços públicos e o acúmulo de pacientes à espera de atendimento que já existia, vem aumentando cada vez mais. A greve do Sindicato dos Médicos do RN (Sinmed) teve início em 25 de abril e a do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do RN (SindSaúde) já dura há mais tempo, 38 dias, ambas sem previsão de término. Segundo o presidente do Sinmed, Geraldo Ferreira, "numa greve sempre vai haver transtornos, mas uma hora tem que se dar um basta", diz ele.

Sobre as lacunas deixadas pela greve no atendimento à população, Geraldo Ferreira esclarece que os procedimentos de urgência e emergência não deixam de ocorrer, mas apenas quando o paciente corre risco de vida é dada prioridade, os demais acontecem de forma mais lenta. Ele ainda alerta para a qualidade precária dos materiais que tem chegado aos hospitais, dizendo que isso também põe em risco o tratamento e a saúde do paciente.

O diretor do SindSaúde, Marcelo de Melo faz uma avaliação do período de greve dos servidores da saúde e médicos. Ele diz que nos 38 dias de paralisação foi conseguido resolver os problemas de acúmulo de lixo do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, seu setor de reanimação foi interditato e o médico Domício Arruda deixou a titularidade da Sesap que, segundo Marcelo, foi devido à forma como o ex-secretário vinha tratando a saúde potiguar. O diretor do SindSaúde disse ainda que os sindicatos receberam ligação da governadora Rosalba Ciarlini, que se encontra cumprindo agenda em Brasília, mas que prevê se encontrar com as lideranças sindicais amanhã. A reunião ainda deve ser confirmada pelo gabinete.

O presidente do Sinmed, Geraldo Ferreira, diz que a greve segue por tempo indeterminado, mas que a paralisação só ocorreu após dois meses de tentativas do sindicato de negociar com o governo, sem resposta. Com a greve, o retorno foi imediato e as negociações vem ocorrendo, apesar do executivo estadual ainda não ter feito nenhuma proposta oficial aos sindicatos.

Segundo a assessoria de imprensa do governo, a reunião com os sindicatos deve ocorrer entre hoje e amanhã, dependendo do dia de retorno da governadora Rosalba a Natal. A reunião tem por objetivo expor a situação da saúde pública potiguar e encontrar conjuntamente caminhos para uma melhoria dos serviços aos quais a população tem direito. Por meio de sua assessoria, Rosalba Ciarlini diz que o momento não é de greve, mas de somar esforços para encontrar soluções e fornecer aos pacientes o devido atendimento.

Quanto a determinação do Ministério Público Estadual (MPE), por meio da procuradoria de saúde, de que haja uma nomeação imediata de uma diretoria-geral para o Hospital Walfredo Gurgel, a assessoria informou que na próxima semana está prevista uma nova reunião com o MPE para falar sobre o relatório entregue sobre a situação do HWG e demais questões em pauta da saúde. Até lá, um novo nome para capitanear o maior hospital do estado pode surgir ou não, mas a governadora estuda possibilidades.

Na manhã de hoje, os sindicatos farão um protesto nas escadarias da Assembléia Legislativa contra o projeto que circula na AL que prevê a privatização do setor público de saúde do estado, além de promover um "twittaço" no microblog levantando a hashtag "#RosalbanãodestruaoRN". O médico Geraldo Ferreira, presidente do Sinmed, diz que esta é uma das reivindicações. A categoria pede a implantação do piso salarial dos médicos, de R$ 19.626 (aberto à negociação com o governo), o abastecimento da rede de hospitais da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), a criação de mais leitos de UTI e a nomeação de concursados. 

Sindicatos realizam manifestação na Zona Norte

Dando continuidade aos atos públicos que vêm sendo realizados desde o início da semana, o SindSaúde e o Sinmed realizaram na manhã de ontem um abraço simbólico ao Hospital Santa Catarina, na Zona Norte de Natal. Na pauta de reivindicações da ocasião, segundo Conceição Ferreira, auxiliar de laboratório do hospital e diretora do SindSaúde, estão o desabastecimento e a conclusão das obras de reforma na unidade, que já se estendem há mais de quatro anos, diz Conceição.

A unidade de Santa Catarina realiza cerca de 400 atendimentos por dia. De acordo com a diretora do SindSaúde, o hospital possui potencial ocioso e o deficit de profissionais de laboratório e de enfermagem também são um grande problema. Ela explica que os funcionários vão se aposentando e não são substituídos, não há nomeação de concursados, e as equipes do hospital têm que trabalhar em regime de hora-extra para tentar atender à demanda. Até ontem, Conceição Ferreira relatou à reportagem do Diário de Natal que a situação de desabastecimento era tãocrítica que não havia sequer termômetros no hospital.

Kalimina Campos, que desde que foi mãe, há um mês e cinco dias está com sua filha internada na UTI do Hospital Santa Catarina diz que a aflição é constante. Ela fala que, com a greve dos servidores e médicos, uma série de exames que sua filha precisa fazer estão pendente, além de faltarem sondas, leite e o equipamento de raio-x do hospital estarem quebrados. "A gente tem medo de perder nossos filhos por causa dessa situação", ressalta Kalimina. Outra mãe que está com sua filha há cinco meses internada na UTI é Josimere Moura de Lima, que diz que até o transporte de ambulância está precário, tendo as mães dificuldade de levar seus filhos para fazer exames. Até agora, a filha de Josimere espera por duas cirurgias, mas não encontra vagas nem no Hospital Maria Alice Fernandes nem no Hospital Infantil Varela Santiago. Sobre a greve, Josimere Moura diz que a população sofre com a falta de profissionais, mas entende a reivindicação, já que muitas vezes teve aoseu lado profissionais bem intencionados cuidando de sua filha. 

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