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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

SEM ACORDO, MILITARES ESTADUAIS PODEM INICIAR MOVIMENTO NA QUINTA


Policiais Militares do RN ameaçam realizar greve branca no estado

Acs PM RN
A campanha de valorização dos Policiais Militares, que está reunindo as Associações de Soldados, Cabos, Sargentos e Subtenentes, além dos Bombeiros, deve tomar um novo rumo a partir de hoje, após novo encontro com a equipe econômica do Governo do Estado. Se não houver uma proposta satisfatória aos interesses da categoria, os policiais deverão endurecer e expor as deficiências da corporação recusando-se a utilizar as próprias armas, coletes e munições. A reunião entre policiais e governo será às 9h, no prédio da Consultoria Geral Estado, no Centro Administrativo. Mesmo sem fazer greve, se isso vier a se concretizar, os policiais alertam à população que podem não ir às ruas trabalhar porque não haverá equipamentos necessários às diligências.

Segundo o presidente da Associação dos Cabos e Soldados da PM, Jeoás Nascimento, a maior parte das munições da PM está vencida, porque não há recursos para compra. A mesma situação ocorre com as armas e com o colete, bem como com as próprias viaturas, muitas das quais transitam irregularmente. Para se ter uma ideia da fragilidade da Polícia Militar com relação a material e equipamentos, existem apenas 600 coletes para um efetivo de 10 mil policiais e muitas viaturas não estão rodando sem condições, com faróis queimados, pneus carecas e até com problemas na documentação.

"É o policial quem compra a munição, a arma e o próprio colete. Mas agora vamos mostrar a realidade a que estão submetidos os profissionais de segurança pública e o policial será orientado a deixar em casa e utilizar o material da corporação, o que poderá inviabilizar sua ida às ruas porque não somos obrigados a trabalhar sem proteção", argumenta o cabo.

Desde 10 de junho, os policiais estão em processo de negociação do piso salarial com o Governo do Estado. Nesse período foram feitas cinco reuniões com a equipe econômica do Governo, mas até o momento, segundo o presidente da Associação dos Sargentos e Subtenentes, Eliabe Marques, nenhuma proposta razoável foi apresentada. "Pelo contrário, a última proposta que nos fizeram conseguiu ser inferior à primeira, contradizendo todo o discurso de que não negocia com categoria em greve. Os policiais não paralisaram e por que não está havendo negociação por parte do Governo do Estado?", questiona ele.

Mais subsídios e nenhum reajuste até 2015

A última proposta apresentada pelo governo foi entendida pela assembleia da categoria como algo impraticável porque sinalizou o aumento salarial do soldado de R$ 1.822,68 para R$ 2.700, mas apenas em setembro de R$ 2015. A proposta do Governo do Estado é transformar os ganhos brutos em subsídio em fevereiro de 2012, mas sem dar reajuste. O salário de um coronel passaria para R$ 10.407,31 e o do soldado para R$ 2.261,00. A recusa da categoria a essa proposta deve-se ao fato de que, se nada for feito, e apenas for cumprido a compensação da perda do soldo soldado em relação ao salário mínimo que deverá ter uma aumento em torno de 15%, a categoria já ultrapassaria esses valores em 2012, independente de negociação salarial.

"Por isso é inviável porque chega a ser inferior a primeira proposta e deixa a crer que o governo não está tratando o assunto com seriedade, deixando claro que não há uma política de valorização da categoria", enfatiza o presidente da Associação dos Bombeiros do Rio Grande do Norte, Rodrigo Maribondo. Os policiais reivindicam a aplicação dos valores referentes ao aumento salarial, representando apenas um impacto de R$ 12 milhões de reais ao ano na folha de pagamento, bem menor do que os R$ 47 milhões retirados pelo Estado do orçamento que iria para a Polícia Militar.

DN Online

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