Mulher conta que ele, mesmo de folga, saiu de casa para defender a cidade.
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'Nós estávamos em casa, dormindo. Então começou o barulho dos tiros e eu pedi pra ele não sair. Mas ele foi defender a cidade'. As palavras são da dona de casa Amália Michele, mulher do soldado da Polícia Militar José Gurgel Pinto, de 29 anos, baleado por tiros de fuzil na madrugada desta terça-feira (12) durante confronto com criminosos que explodiram a agência do Banco do Brasil em Apodi, cidade da região Oeste do Rio Grande do Norte. Dinamites foram usadas para detonar o cofre principal do banco e cerca de R$ 800 mil foram levados, segundo estimativa do delegado da cidade. O policial foi o único ferido durante a troca de tiros. Segundo a mulher, Gurgel estava de folga, mas mesmo assim decidiu ir às ruas para dar apoio aos colegas de farda.
Após ser baleado nas duas pernas, o soldado Gurgel foi socorrido para o Hospital Regional Tarcísio Maia, em Mossoró. “Foram seis horas de cirurgia. Graças a Deus ele está bem, mas os médicos ainda não podem garantir que ele vai recuperar os movimentos”, disse a mulher.
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Ao G1, Amália contou que o tiro de fuzil fez um estrago muito grande na perna direita. A perna esquerda foi atingida por estilhaços, mas não precisou de intervenção cirúrgica”, explicou. “A perna direita ele quase perde. Foi preciso fazer toda a reconstituição dos vasos sanguíneos. A princípio, os médicos disseram que está descartada a possibilidade de amputação, mas também não há certeza quanto à sensibilidade”, acrescentou.
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Amália disse também que ainda não há prazo para que o marido deixe o hospital. “Vai ser uma recuperação muito longa, mas eu estarei aqui, do lado dele, para dar força neste momento muito difícil”, concluiu. Ela e o soldado são casados há um ano e não têm filhos.
A ação
A ação criminosa em Apodi aconteceu por volta das 2h30. Houve intensa troca de tiros e um dos veículos usados pelo bando, uma Pajero, foi abandonado. Dentro, havia carregadores de fuzil, munição e garrafas com coquetel molotov. “Passamos mais de meia hora trocando tiros com eles. Foi um cenário de guerra”, afirmou o oficial.
O soldado Marcos Gil, que também participou da ação e filmou a troca de tiros (veja vídeo ao lado), contou que a polícia recebeu uma ligação alertando sobre a presença de veículos circulando pela cidade em atitude suspeita. Uma guarnição da PM foi verificar a informação e se deparou com parte da quadrilha. “Daí começou o confronto", relatou.
A polícia acredita que a quadrilha fugiu com destino ao Ceará e faz diligências para tentar localizar os ciminosos.
Segunda vez
No dia 11 de julho deste ano, também em Apodi, a Polícia Militar encontrou em confronto com uma quadrilha armada. Na ocasião, segundo o próprio capitão Brilhante, mais de 10 homens encapuzados e armados com fuzis tentaram arrombar a agência do Banco do Brasil.
A ação aconteceu por volta das 2h30. Os criminosos estavam em dois carros, do tipo Pajero prata e um Golf preto. Segundo o capitão, os policiais de plantão observaram uma movimentação estranha através das câmeras de monitoramento da companhia de Policia Militar. Ao averiguar o que acontecia, os policiais foram surpreendidos por disparos. "Houve uma intensa troca de tiros, frustrando a ação dos bandidos, que empreenderam fuga deixando pra traz um coquetel molotov", disse.
Momentos depois, a companhia foi informada que a agência do Banco do Brasil havia sido alvo dos suspeitos. As portas da agência estavam quebradas. Uma marreta e uma alavanca foram encontradas dentro do banco. Mas nada foi levado da agência. “Deu a entender que no momento em que um grupo tentou arrombar o banco, outros estavam em frente à Companhia para impedir a saída dos policiais”, colocou o capitão.
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